2006/10/18

Sem saber com o que contar
Isto ainda está muito a quente. E ao mesmo tempo muito frio. Fiquei com a sensação que podíamos ter ganho o jogo, não fosse uma série de atenuantes que, apetece-me dizer, quase só acontecem ao Benfica. Mas ao mesmo tempo fiquei com a certeza que, este ano, a Champions já era. Há por aí um estandarte qualquer que faz uma conjugação engraçada com rennies e hoje, desenvergonhadamente, bem que me davam jeito. É grande a azia, já não sentia uma destas... não me lembro! Sim, estou lixado. Muito lixado. E este ano já não é a primeira vez que me sinto assim com o Benfica. Saí de Leiria com a barriga cheia e agora isto. Saí de Leiria com a sensação que tínhamos entrado no bom caminho. E agora este descalabro britânico pintado a verde e branco. Este ano não sei o que contar deste Benfica. Quando perde, é sempre por três secos. E quando ganha, ultimamente até tem sido por quatro. Fico sem saber se me deixe seduzir ou se fique de pé atrás. Um desconsolo, portanto...
Mas falando especificamente do jogo no Celtic Park. Não desgostei de ver o Benfica que controlou toda a primeira parte quando podíamos até ter marcado e ficar em vantagem. O Celtic é uma equipa que dá gosto jogar pelo tipo de futebol simples e eficaz que produz, com jogadas ao primeiro toque. Mas tornou-se muito óbvia a diferença técnica entre as duas equipas com clara vantagem para o Benfica. Os escoceses marcam um golo de pura sorte com a bola às três tabelas logo depois do nosso clube ter marcado um livre que calou a parte católica de Glasgow. Gostava de ter sabido como seriam as coisas caso esse livre tivesse resultado em golo. Os celtics marcam outro golo claramente contra a corrente do jogo depois do nosso clube ter mandado uma bola à trave. Gostava de ter sabido como seriam as coisas caso essa bola tivesse entrado na baliza. Os de verde marcaram ainda outro golo com a bola a caprichar na relva para saltar sobre a defesa e o keeper do Benfica. Gostava de ter sabido como seriam as coisas caso essa bola não tivesse sido sortudamente rematada da forma que foi.
Continuo sem perceber a mania que os treinadores que passam na Luz têm em alterar um pouco que seja da equipa quando ela está bem, por razões que não fazem sentido e em função da equipa adversária que neste caso até era, e é, inferior ao Benfica. Se o Nélson não jogou porque tem estatura baixa, então o que faz o Léo na defensiva esquerda? Não é um argumento coerente nem me convence, principalmente quando a alternativa dá pelo nome Alcides que em sete vezes que centrou a bola, nenhuma delas chegou em condições e outras nem chegaram sequer. Pela mesma ordem de ideias o Miccoli não teria jogado de início, mas sim o mexicano por quem o Veiga pagou uns milhões quando, a julgar pelo que se diz na terra dos aztecas, não devia ter pago nada porque estava em fim de contrato. Mas isto, sou eu e o eterno treinador de bancada que existe em cada um de nós.
Não estou a arranjar desculpas. Já disse e repito que deste Benfica não sei com o que posso contar. Mas sei que pode contar comigo. Comigo e com os meus, uns mais do que outros, porque aquele símbolo e o 'E Pluribus Unum' não se esgotam num bordado nas camisolas berrantes. Mas, com sinceridade, não acredito. Comparo com o périplo do ano passado e vejo uma equipa que não se controla quando está em desvantagem. Pode jogar melhor, e acho que joga melhor do que no tempo do Koeman, mas falta-lhe alguma personalidade. Curiosamente, teve-a, até muito mais do que com o holandês, em Leiria. Mas na Champions tem faltado o toque que nos elevou e levou ao patamar dos bons velhos tempos europeus da Luz.
Mas lixado lixado, é saber que esta equipa tem condições para isso e não consegue. Sentir raiva por perder com três golos que não traduzem nada o que se passou em campo, sabendo que o que fica para a história é esse resultado. E, acima de tudo, saber que podia ser tudo tão diferente por uma questão de sorte. Ou, se calhar, vi um jogo diferente e ainda não quero acreditar.

3 Comments:

Blogger Pulga said...

Alcides?! Mas quem é o Alcides? Aquele que vestia a nossa camisola mas jogava por eles? Ah.. já sei quem é! Fds, que tosco. Dizem que o Nélson teve uma exbição apagada em Leiria mas certamente seria melhor que o Alcides em Glasgow. Que nulidade de jogador. Jogar com 10 desde o início quando precisam de uma equipa que pontue, não dá com nada... Vamos ver como corre a segunda volta. Já estou como o Nuno Gomes, enquanto for matematicamente possível acredito! Mas fds, metam o Alcides a lavar o balneário. Deve ter mais jeito para isso do que para dar uns pontapés na bola...

10:57 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Poix é ....
mau demais para ser verdade, principalmente depois da bela exibição em leiria.
O que me está a parecer, é que nos jogos do " mata mata" até jogamos e dominamos os jogos, mas falta ali qq coisa ( golos por exepemplo )....
Enfim, continuaremos na luta e com a confiança de sempre até á ultima oportunidade.

Um abraço

Beco Mariano Resident

11:36 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Quando ganha um, ganham todos e quando perde um, perdem todos. É verdade ou não estivessemos a falar de um desporto colectivo. Mas isso não serve de desculpa para ignorar erros de um jogador que, cada vez que joga, tem deslizes comprometedores em jogos muito importantes para a Champions (Celtic) e para o campeonato (contra os lagartos na Luz o ano passado). E temos o exemplo do Nelson que foi fundamental em jogos de grande importancia para a Champions do ano passado (contra o Manchester United na Luz) e campeonato (no Dragão)... Se reparares, o Alcides dá todo o espaço e tempo do mundo para o jogador adversário parar a bola, dominá-la e centrá-la. E a troca Nélson/Alcides não faz mesmo sentido se levares em conta que o adversário que ele marcava tinha 1.71m.

12:00 da tarde  

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