... em Old Trafford!
Passados cinco dias depois de ter estado em Old Trafford, não há uma hora de cada dia em que não pense nesse jogo. Mas, acima de tudo, não há sequer um momento em que não sinta um arrepio quando me lembro do ambiente que se proporcionou no nosso sector. Num post anterior disse que, quando pensava que já tinha visto toda a força do meu clube, é verdadeiramente incrível como nos apercebemos que ele é ainda maior do que pensávamos. Isto, após ter ido a San Siro ver o Benfica. Em Manchester, um ano e meio depois, apercebi-me que o significado de enorme não tem limite que consiga explicar quando é o Benfica que está em causa. Não consigo mesmo. E isso é algo que me deixa com um orgulho tal que, se o clube acabasse hoje, grande parte da minha vida daria lugar a um imenso vazio. Tenho de me sentir um privilegiado por poder ser deste clube que não escolhi por obrigação nem interesse. Mas simplesmente porque aprendi a amá-lo desde pequeno e assim irá continuar até ao fim dos meus dias. Nos últimos tempos, e ao fim de mais de 20 anos de vida clubística, aprendi que para se ter uma noção do verdadeiro peso do Benfica, é preciso ir lá fora vê-lo jogar. Em San Siro foi o que foi. E em Old Trafford foi o que eu jamais pensaria que pudesse ser. Se há país no mundo em que eu não pensava sequer que pudessemos ter um apoio ao ponto de calar os adeptos da casa, esse país é a Inglaterra. Os adeptos do Man Utd surpreenderam-me pela negativa. Estamos a falar duma cultura de apoio diferente da que estamos habituados, ou seja, participativos durante grande parte do jogo, coisa que não aconteceu por parte dos ingleses. Pelo contrário, deu-me muito mais a sensação que é a equipa que puxa pelos adeptos. À boa maneira portuguesa, portanto. Os do Benfica surpreenderam-me pela extrema positiva, porque foram exactamente o oposto. Um festival que ficará gravado na memória e que me faz esquecer aqueles momentos em que os adeptos assobiam e mandam a equipa abaixo quando ela mais precisa. Se fosse sempre assim...
Num país e num estádio onde as leis do futebol moderno roçam o ridiculo – para dar um exemplo, não se pode fumar no ground ou ver o jogo de pé, coisa que praticamente não vi nenhum adepto português cumprir – foi brutal ver tochas abertas no sector benfiquista e faixas e panos pendurados até junto dos camarotes na parte de cima da bancada. Mas, principalmente, foi fantástico termos obrigado os utilizadores desses camarotes a ver o jogo em pé, como que dizendo, a eles e aos seguranças, que naquele sector quem mandava eramos nós. Na verdade, apetece-me dizer que não foi só ali que mandámos. Foi, também, no estádio todo. Em Old Trafford. Num daqueles estádios habituados a cilindrar os adversários.
Confesso que sou um saudosista incurável quando se trata de certos assuntos e o Benfica leva-me demasiadas vezes às lágrimas. Em Old Trafford elas tinham de aparecer, sinal que houve momentos durante o jogo que ficarão eternamente gravados cá dentro. É absolutamente indescritível o golo do Benfica e a extâse daquele sector que ainda mais vermelho ficou. O poder gritar ‘golo’ naquele estádio com toda a força que os meus pulmões me deixavam. O querer repetir esse momento para que não sentisse o sabor da injustiça do jogo de San Siro. O ver que o meu clube, mesmo a milhares de quilómetros de Lisboa, arrasta aquelas pessoas todas a meio de uma semana de trabalho. Incansáveis no apoio e convictas de que as vitórias morais mais não são do que desculpas para nos orgulharmos do clube quando só o facto de ali estarmos todos já é desculpa suficiente do orgulho que temos por ele. Praticamente fiquei morto com o segundo golo dos ingleses, mas ao ver que o clube não merecia tamanha tragédia, só tive que repetir o que até então tinha feito: puxar pelo Benfica até ao fim. Eu e os outros milhares todos à minha volta. Mas de nada valeu a não ser as lágrimas que teimaram em aparecer. E, só por isso, até valeu a pena.
Num país e num estádio onde as leis do futebol moderno roçam o ridiculo – para dar um exemplo, não se pode fumar no ground ou ver o jogo de pé, coisa que praticamente não vi nenhum adepto português cumprir – foi brutal ver tochas abertas no sector benfiquista e faixas e panos pendurados até junto dos camarotes na parte de cima da bancada. Mas, principalmente, foi fantástico termos obrigado os utilizadores desses camarotes a ver o jogo em pé, como que dizendo, a eles e aos seguranças, que naquele sector quem mandava eramos nós. Na verdade, apetece-me dizer que não foi só ali que mandámos. Foi, também, no estádio todo. Em Old Trafford. Num daqueles estádios habituados a cilindrar os adversários.
Confesso que sou um saudosista incurável quando se trata de certos assuntos e o Benfica leva-me demasiadas vezes às lágrimas. Em Old Trafford elas tinham de aparecer, sinal que houve momentos durante o jogo que ficarão eternamente gravados cá dentro. É absolutamente indescritível o golo do Benfica e a extâse daquele sector que ainda mais vermelho ficou. O poder gritar ‘golo’ naquele estádio com toda a força que os meus pulmões me deixavam. O querer repetir esse momento para que não sentisse o sabor da injustiça do jogo de San Siro. O ver que o meu clube, mesmo a milhares de quilómetros de Lisboa, arrasta aquelas pessoas todas a meio de uma semana de trabalho. Incansáveis no apoio e convictas de que as vitórias morais mais não são do que desculpas para nos orgulharmos do clube quando só o facto de ali estarmos todos já é desculpa suficiente do orgulho que temos por ele. Praticamente fiquei morto com o segundo golo dos ingleses, mas ao ver que o clube não merecia tamanha tragédia, só tive que repetir o que até então tinha feito: puxar pelo Benfica até ao fim. Eu e os outros milhares todos à minha volta. Mas de nada valeu a não ser as lágrimas que teimaram em aparecer. E, só por isso, até valeu a pena.
Cheguei a Lisboa escassas horas após o fim do jogo. É impressionante como em tão pouco tempo se vive e sente tantas aventuras e emoções pelo Benfica. Como fazemos sacrifícios que acabam por ser vividos com gosto e devoção. Como transformamos alegrias em tristezas e novamente em alegrias. Como tão facilmente gastamos dinheiro por uma causa para a qual tão dificilmente a maioria de nós tem possibilidades. Ou como as lágrimas acabam por secar quando me lembro naquele momento que é o meu clube que me proporciona todas estas vivências. Não sei se são verdadeiras experiências de vida, pois acho que há causas mais nobres que esta. Mas sei que mexem comigo, com o meu tempo, com os meus sentimentos. E sei que daqui a uns tempos vou relembrá-las, contá-las e partilhá-las com os meus amigos. Os que estiveram comigo e os que não estiveram. Foi a pensar nisto que ainda acabei por ir a pé para casa. Só mesmo o Benfica para me fazer viver assim.
5 Comments:
Se todos os dias da minha vida me permitissem viver as sensações que vivemos em Old Trafford, diria que seria completamente feliz e não precisaria de mais nada! Obrigada por teres partilhado essa magia comigo ;)
Beijo, I.
É o Benfica.
É preciso dizer mais alguma coisa?
Abraço do outro lado
Grande Post mesmo.. muito bom! Causa demasiada inveja.. mas se lá tivesse ido provavelmente faria ainda pior..! Benfica é mesmo uma religião.. e tu já estás para Padre! Espalha a religião mágica por esses palcos fora! Mega abraço!
Grande texto. Pena tenho eu de não ter ido contigo. Mas como disso ao T., há que acreditar até ao fim ;)!
Pulga
Para todos os que lá estiveram deve ter sido fantástico. Um abraço
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