2005/07/14

Quase sempre presente
As próximas linhas foram escritas num blog em que se falava, de forma geral, do estado do nosso país. Quando as li, revi-me na minha infância e revivi alguns momentos dessa vida. Há coisas que quase nos esquecemos delas mas, de tão simples e inocentes que são, acabam por ter um significado que só é mensurável pela sensação nostálgica que provoca. E quando assim é, não merecem ser lidas, merecem ser relidas.
"Tenho orgulho no meu país, não pelo seu estado actual (obviamente) mas por todas aquelas sensações que ele me porpocionou na infância.
Tenho orgulho em ter brincado com os meus vizinhos na rua até às tantas sem que os meus pais se preocupassem se poderiamos ser assaltados ou não. No máximo, a preocupação deles era se partiamos um braço ou uma perna nas nossas divertidas brincadeiras.
Tenho orgulho em ter podido correr nos corredores dos hipermercados sem que os meus pais tivessem medo que me roubassem.
Tenho orgulho em ter tirado a minha carta de condução sem ter medo que um dia mais tarde, numa discussão de trânsito, alguém me desse um tiro nos cornos.
Tenho orgulho em ter ido à praia na minha adolescência, com o meu grupo de amigos, e podermos deixar as coisas na areia e ir tomar banho porque sabiamos que quando chegassemos estaria exactamente tudo no mesmo sitio...
E faço questão que as crianças de hoje em dia venham a ter orgulho em todas essas coisas também.
(...)
Fazendo uma comparação com a vida clubística, passa-se o mesmo. O meu clube pode não ser o melhor, pode não ter os melhores dirigentes ou os melhores jogadores, mas é o meu clube e tenho orgulho nele, por todo o passado de história que tem e porque quem faz o clube são os seus adeptos."
Apetece-me dizer que quando queremos arranjar um termo de comparação para bastas situações que vivemos, recorremos muitas vezes ao futebol. E chegamos à conclusão que ele, sem querer, está quase sempre presente nas nossas vidas...