Alcochete, depois de Telheiras

Os benfiquistas são uns vândalos. Vão ao território inimigo para partir cabeças aos lagartos e acabar com um jogo que tinha tudo para dar o título ao Benfica. Verem a conquista do título? Não interessava para nada. O que interessava mesmo era semear o terror.

Os lagartos não, são uns verdadeiros gentlemen. Fizeram uma recepção comovente, atirando rosas perfumadas e bouquets de camélias à chegada dos adeptos do Benfica. Fizeram questão, imaginem, de saír das bancadas onde estavam instalados para dar lugar aos benfiquistas de modo a ficarem comodamente instalados, não sem antes terem estendido uma passadeira vermelha para que eles pudessem passar sem tropeçar em pedras da calçada e sujar os ténis da moda.

A verdade é que enquanto uns gostam de partir áreas de serviço e pastelarias sem qualquer oposição, a fazer lembrar D.Quixote contra os imaginários moinhos de vento, outros gostam de visitar o coração do território inimigo sem hesitações, sabendo que do outro lado podem encontrar problemas. E é este último caso que tem todo o valor para quem anda nestas andanças e entende o código genético dos grupos de apoio e da cultura ultra. Obviamente sujeito a críticas da generalidade dos adeptos e sociedade, mas é mesmo assim.

Outra coisa, o Benfica teve o especial cuidado de levar os jogos para a Luz. Já os lagartos acharam que a Academia era um sítio porreiro. E tiveram toda a razão, porque este pessoal gosta é destas touradas. Mas então, não se desresponsabilizem desse facto. Afinal, quem criou estas condições e este tipo de situação não foi quem vestiu de vermelho.